domingo, 17 de fevereiro de 2013

Desde que te fui levar à estação para passares uns dias com a tua mãe, longe do mundo e longe de mim, não paro de pensar em escrever. São sempre infinitas as formas que encontramos para ficar mais perto daqueles que amamos, já dizia Margarida Rebelo Pinto. Eu tento encontrar sempre pedaços de nós para me juntarem a ti durante o tempo em que estás quase do outro lado do mundo. Sou uma exagerada é verdade, mas quando aqueles que amamos estão longe, a distância, seja ela de quantos quilómetros for, tornasse sempre infinita, inalcancável, intocável.  Deve ser por pensar que vais fugir de mim e que vais ficar para sempre do outro lado, que não consigo concentrar-me em nada. Não consigo parar de pensar no que estás a fazer, com quem estás, se estás ou não a pensar em mim. Não consigo distrair-me a ver televisão, a falar com a minha mãe ou com uma amiga. Não consigo distrair-me ao jantar, no café ou mesmo quando estou rodeada de gente. É incrível como continua a ser o teu rosto que eu continuo a procurar no meio da multidão, mesmo sabendo que não estás perto. É incrível como continuo a procurar os teus lábios pequeninos, as tuas mãos que me protegem, o teu cabelo rebelde e que nunca está como queres, o teu ar tão teu, o teu perfume que volta e meia me faz procurar como uma louca por ti, por pensar que afinal estás perto e que te vou ter já bem pertinho de mim...